sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

“Um dos prédios, já estava condenado, todo mundo sabia”, declarou dona Julieta, moradora do local


O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), afirmou na manhã desta quinta-feira (26) em entrevista, que a explosão e desabamento de três prédios no centro da cidade, não foi provocada por gás , a investigação aponta para um problema estrutural no edifício maior.

Na última quarta-feira, por volta das 20h30, três prédios vieram abaixo, deixando mortos e feridos: um maior, na rua Treze de Maio (chamado Liberdade), que tinha 18 andares; um menor, no número 16 da rua Manoel de Carvalho, com 10 andares (chamado Colombo); e ainda um imóvel pequeno, localizado entre os dois edifícios maiores, com quatro ou cinco andares.

Dona Julieta, moradora à quase quarenta anos do local, assistiu a tudo, e segundo ela , isso já era esperado, pois um dos prédios estava condenado a muito tempo.

O presidente da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), Luiz Antonio Cosenza, também não acredita que tenha ocorrido explosão de gás, como ocorreu em outubro passado na cidade, quando um restaurante explodiu em um prédio na praça Tiradentes.

“O prédio [maior] é relativamente sólido, antigo, da década de 60. Os prédios antigos do centro tem uma boa estrutura, foi uma surpresa para a gente. Vamos procurar saber quem é o proprietário e se as obras tem um engenheiro responsável, que vamos convocar para depor e saber que tipo de obra ele estava fazendo. Os síndicos devem comunicar ao Crea e saber se as obras eram legalizadas. A obra era feita de noite, ninguém sabe que tipo de obra era", afirmou Cosenza.

O presidente do Crea confirmou que estavam sendo realizadas obras no terceiro e no nono andar do edifício Liberdade, na avenida Treze de Maio. Já o engenheiro civil Antônio Eulálio Pedrosa Araújo, consultor do Crea, afirmou que as obras eram ilegais, pois não tinham autorização do conselho.

Araújo também descartou a explosão de gás como causa do desabamento e apontou três possíveis motivos para a tragédia: "O primeiro e mais provável é que a obra tenha provocado uma alteração estrutural com a retirada, por exemplo, de uma viga. A segunda hipótese seria a corrosão ou infiltração da laje da cobertura. A terceira seria o excesso de peso do material de construção utilizado na obra", afirmou.

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