quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Gás sofre reajuste de 13% no interior do AC e revendedores culpam BR-364


Revendedores querem elevação de limite para cargas de gás.
‘Existe uma portaria que precisa ser respeitada’, diz DNIT.
Botijas de gás sofreram reajuste de 13%

Os revendedores de gás de cozinha do município de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, reajustaram em 13% o valor do produto.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (26) e , segundo a categoria, é resultado das condições precárias de trafegabilidade da BR-364 e do limite de peso estabelecido para as cargas transportadas pela rodovia.

Até o início do inverno amazônico, no final de 2015, cada caminhão transportava até 600 botijas. Porém por causa das dificuldades de tráfego na BR-364, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) limitou a carga a 260 botijas por veículo. 

Os revendedores alegam que tentaram junto às autoridades, autorização para trafegar com caminhões truncados com 24 toneladas para evitar o reajuste, porém, os atos não tiveram efeito.“Fizemos três manifestações para tentar evitar que o aumento do custo do frete fosse repassado aos consumidores. Vamos manter esse preço até que possamos transportar 24 toneladas por caminhão", afirma o empresário Luiz Sisnando Gaspar.

Com a decisão, a botija de 13 kg que era vendida a R$ 67 passou a custar R$ 76 nos postos de revenda. A taxa para entrega em domicílio também sofreu reajuste, de R$ 70 para R$ 80.

Limite de peso

O empresário diz ainda que o DNIT, não cumpriu um acordo que teria sido feito durante a última manifestação.  "Foi prometido que poderíamos transportar oito mil quilos em cada eixo. Mas isso não está sendo cumprindo e não nos restou alternativa, se não repassar o custo do frente ao consumidor", afirma.

A denúncia é contestada pelo chefe de serviços substituto do DNIT no Acre, Antônio Carlos Melo, segundo ele, nenhum acordo foi firmado e a portaria que limita o peso dos transportes na rodovia precisa ser respeitada para garantir a trafegabilidade.

"O DNIT não está descumprindo nenhum acordo. Existe uma portaria que precisa ser respeitada para que a BR sirva para todos. Cabe aos prefeitos fazer a declaração de qual carga é de interesse público que o DNIT autoriza o caminhão a passar com carga máxima. Não estamos proibindo ninguém passar. Só exigimos que seja respeitada a carga normal de cada caminhão”, explica.


Ele diz ainda que os prefeitos podem dizer quais cargas são de necessidade pública e solicitar autorização para o transporte. “O que está acontecendo é que está limitado para passar com veículo truncado e estão tentando passar com carretas. O DNIT não está penalizando ninguém quem, está fazendo isso são as empresas que revendem gás", salienta.

Reajuste assusta população
O mototaxista Eliziário da Conceição diz que foi surpreendido quando foi trocar sua botija. Ele ainda reclama das condições da BR-364.

"Fui pego de surpresa hoje pela manhã quando pedi uma carga de gás e o rapaz me cobrou R$ 80. Foi gasto muito dinheiro nessa estrada que agora não dá condições de tráfego e os vendedores de gás têm que repassar o custo do transporte para o consumidor que não tem nada a ver com isso. Acho que vamos voltar para a época da poronga”, reclama.

Já a moradora de Marechal Taumaturgo, cidade vizinha de Cruzeiro do Sul onde só é possível chegar de barco ou avião, Darlinge do Vale Firmino diz acreditar que o reajuste será ainda maior para a comunidade em que vive.

"O gás lá já está sendo vendido há R$ 90. Com esse aumento que está sendo anunciado aqui em Cruzeiro, creio que lá o preço vá subir para R$ 110 ou 120 reais. Não concordo com isso. Vai ficar muito difícil para o consumidor", lamenta.

(Foto: Adelcimar Carvalho/G1)



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