quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Gás de cozinha já está mais caro e álcool e gasolina sobem em abril














Aumentos refletem mudanças no ICMS aprovadas pela Assembleia Legislativa do Estado. Além dos reajustes locais, governo federal também prepara aumento de combustíveis
Manaus - O consumidor que procurou um distribuidor ou revendedor de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o conhecido gás de cozinha, se deparou com o reajuste de até 36% nos preços. O aumento também será aplicado para os combustíveis com a incidência de tributo, além do realinhamento sugerido pela Petrobras, de 7% para a gasolina e até 5% para o diesel.
As botijas de 13 quilos (kg) que custavam entre R$ 33 a R$ 35, em Manaus, agora são vendidas de R$ 42 a R$ 45. O reajuste também foi sentido nas botijas menores. As 8 kg passaram de R$ 23 para R$ 27 e as de 5 kg de R$ 14 a R$ 18.
De acordo com os representantes e distribuidores do setor, o aumento do preço do gás de cozinha ocorreu porque em dezembro do ano passado, a Assembleia Legislativa do Estado (ALE) aprovou a retomada da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o produto. O GLP, que há três anos era isento do imposto no Estado, voltou a ter uma alíquota de 17% com a aprovação.
O microempresário Luiz Oliveira, 40, proprietário de um restaurante, compra em média 30 botijas de gás de 13 kg por mês. O gasto mensal que antes era de cerca R$ 990 (R$ 33 a unidade) será de R$ 1.260. “Agora, se o gás fica mais caro, a refeição também ficará”.
A aposentada Maria Lourdes Silva, 59, disse que já tinha dificuldades de comprar a botija de gás com o preço anterior e que agora terá que ir menos ao fogão para tentar economizar. Na casa dela, um botija de 13 kg dura, aproximadamente um mês e meio. “A botija vai ter que durar pelo menos dois meses. Para quem já tem pouco, qualquer aumento é difícil, imagina um tão alto”.
O gerente de Marketing da AmazonGás, André Castro, afirmou que a empresa está fazendo um estudo para saber de quanto será o novo preço do produto e que portanto, ainda não houve aumento no valor repassado a distribuidoras e revendedoras. Segundo ele, o GLP deve ficar de R$ 6 a R$ 7 mais caro. “Se já houve reajuste nos preços, é porque eles (revendedores) sabem que a botija de gás ficará mais cara. Mas a empresa ainda não repassou esse aumento”, disse.
O proprietário de uma distribuidora de gás no Coroado 2, Edgar Matos, disse que foi comunicado, na tarde de segunda-feira, sobre o reajuste no preço e no mesmo dia alterou os valores cobrados no estabelecimento dele. Matos qualificou o reajuste de negativo. “Não só para gente, mas principalmente para o consumidor. Por mais que você explique que o aumento é por causa do imposto, o cliente reclama e com razão”, disse. “A botija de 13 kg que é a mais vendida aqui custava R$ 33 e agora está R$ 42, mas pode ser encontrada de até R$ 45”.
Para o gerente de outra distribuidora na Compensa, Ruy Ferreira, não houve dificuldade na hora de explicar o reajuste para o cliente. “Explico que o reajuste do imposto foi aprovado pela Assembleia. Eles (os clientes) entendem, mas reclamam que o salário deles não teve o mesmo reajuste”.
Combustíveis
O consumidor deve se preparar para outro reajuste que irá impactar na renda mensal. A partir do dia 1° de abril, o litro da gasolina e do etanol ficará cerca de R$ 0,15 mais caro, segundo o vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Lubrificantes, Álcool e Gás Natural do Amazonas (Sindicam), Geraldo Dantas. Atualmente, o custo médio do litro da gasolina e do etanol é de, respectivamente, R$ 2,89 e R$ 2,29. No quarto mês deste ano, esses valores serão de R$ 3,04 e 2,44.
Esse reajuste será reflexo do aumento da alíquota do ICMS para o etanol e a gasolina de 25% para 30%, também, aprovado em dezembro do ano passado pela ALE. A medida entrou em vigor no dia 1º de janeiro, com prazo de noventa dias para ser colocado em prática (1° de abril).
Dantas disse que a elevação do valor dos combustíveis é preocupante, porque pesa no bolso do consumidor e reduz o poder de compra. O preço do litro da gasolina neste ano deverá ultrapassar o R$ 3,04, avalia o empresário, com o aumento sugerido pela Petrobras para os combustíveis.
Petrobras pede reajuste de 7% na gasolina e 5% no diesel
A diretoria da Petrobras pediu ao seu conselho de administração um reajuste de 7% no preço da gasolina e até 5% para o diesel para este mês como forma de garantir os projetos previstos em seu plano de negócios, segundo fontes. A empresa espera uma recomposição dos 15% de aumento nos dois combustíveis, conforme indica o plano de negócios para o período 2012-2016, divulgado em junho passado.
A estimativa do plano, calculada para sustentar os US$ 236,5 bilhões de investimentos, foi apenas parcialmente atendida no ano passado pelo governo - a União é sócia controladora da companhia. A gasolina foi reajustada nas refinarias em 7,83% em 25 de junho. O diesel recebeu dois reajustes, um de 3,94% e outro de 6%.
O possível aumento neste mês não acabaria com a defasagem de preços. A Petrobras alega amargar perda de cerca de US$ 1 bilhão ao mês com a diferença dos preços de importação de diesel e gasolina
Foto de : : Nathalie Brasil

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