Muito se fala do trabalho em equipe, pois o processo organizado do
trabalho com a finalidade de um objetivo comum exige, além da competência individual,
a reunião de indivíduos e consequentemente a soma destas competências na busca
de uma mesma meta, qual seja a excelência dos produtos e serviços prestados e a
satisfação dos clientes da empresa.
O trabalho em equipe extrapola o limite de um setor, de um departamento
ou de uma unidade da empresa, representa a união de pessoas que atuam no
cumprimento de metas específicas para um objetivo comum, o lucro, e
consequentemente o crescimento da organização e de seus profissionais.
Analogicamente podemos considerar os setores de uma empresa como os
membros do nosso corpo. Ainda que pareça insignificante, a "meta" de
caminhar exige um trabalho em equipe de cada um de nossos membros. Para
mantermos o equilíbrio e podermos caminhar, há uma relação íntima dos olhos que
nos aponta a direção, a mente que distribui os comandos para tronco, as pernas
e os braços a fim de que estes, simultaneamente, possam agir cíclica e
coordenadamente de forma que possamos nos mover e mantermos equilibrados ao
mesmo tempo.
Se a mente envia o comando para uma das pernas e tronco se deslocar para
frente e a outra perna não se mover, é claro que a meta de caminhar não será
atingida, já que mantendo a outra perna inerte nosso corpo será arremessado ao
chão. Parece simples, mas é um retrato do trabalho em equipe de cada membro
(setor) de uma empresa.
Se tentarmos, por exemplo, caminhar sobre um muro com os braços colados
ao corpo, aos primeiros passos poderemos ir ao chão, ao passo que se abrirmos
os braços distribuindo o peso na medida necessária para nos manter eretos,
seremos capazes de cruzar o muro e chegar até o final.
As metas de determinado setor devem contribuir para que outro setor
também atinja suas metas específicas, contribuindo para que os resultados da
organização como um todo, sejam atingidos. Dizer que o "problema é
seu" e simplesmente ignorar a meta de alguém ou de um setor, pode
desencadear um resultado catastrófico, tanto para o próprio setor quanto para a
empresa.
Diferenças existem desde o nascimento, aliás, irmãos gêmeos possuem
personalidades diferentes, gostos e objetivos diferentes em suas vidas, então
não há como exigir que os profissionais das empresas sejam iguais ou tenham
objetivos profissionais equivalentes.
O trabalho em equipe exige, mas permite ao mesmo tempo, que estas
diversidades sejam canalizadas e maximizadas para um objetivo comum,
respeitando o potencial de cada um e extraindo o melhor de cada profissional,
pois o trabalho em equipe é que proporcionará a superação de nossos próprios
limites. A interação entre as equipes potencializa as competências individuais.
Se um é bom em informática, outro o é em elaborar relatórios, um terceiro em
apresentação em público e um quarto em detectar e resolver problemas. É a soma
de cada competência, enquanto trabalho em equipe, que possibilitará que as
metas sejam atingidas.
Olhar para o próprio "umbigo" e ignorar o problema alheio pode
ser perigoso. A questão não é só dizer "se vire que o problema é
seu", o problema é da equipe, do setor, da empresa e se não for
solucionado, poderá afetar você também. Ainda que um problema pareça estar
longe de nos atingir, as consequências por uma omissão pode refletir
negativamente em nossa vida pessoal ou profissional.
Leia a estória abaixo e faça uma analogia. Situações como estas podem
mostrar muito para nossa vida e mudar atitudes que, equivocadamente, pensamos
ser corretas. Cada qual é livre para decidir, mas é preciso sabedoria para
compreender se uma simples ratoeira pode ou não nos "derrubar".
A Ratoeira
Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa
abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali.
Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.
Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:
- Há uma ratoeira na
casa, uma ratoeira na casa !!
A galinha disse:
- Desculpe-me Sr.
Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me
prejudica em nada, não me incomoda.
O rato foi até o porco e disse:
- Há uma ratoeira na
casa, uma ratoeira !
- Desculpe-me Sr.
Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique
tranquilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações.
O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:
- O que ? Uma
ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não !
Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela
noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima.
A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego.
No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra
venenosa. E a cobra picou a mulher… O fazendeiro a levou imediatamente ao
hospital. Ela voltou com febre.
Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma
canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o
ingrediente principal.
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram
visitá-la.
Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.
A mulher não melhorou e acabou morrendo.
Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca,
para alimentar todo aquele povo.
“Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um
problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando
há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. O problema de um é problema
de todos."
Sergio Ferreira Pantaleão
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